Já ouviu falar do protocolo BGP? Sabe que ele é responsável pela troca de informações de roteamento na Internet?
O BGP (Border Gateway Protocol) é um protocolo de roteamento externo, que conecta as redes que, juntas, formam a Internet. Cada rede é um AS (Sistema Autônomo) diferente. Os roteadores de um AS atendem a uma mesma política de roteamento e se identificam ao compartilharem o mesmo número de AS, ou ASN, Autonomous System Number.
O Brasil conta com cerca de 300 ASNs, que inclui não apenas operadoras de telecom mas também provedores de serviços internet e empresas de portes médio e grande. Para uma empresa operar BGP ela precisa de um ASN, uma faixa de endereços IP (um “prefixo” ou CIDR) e um roteador com boa capacidade para processar o grande volume de rotas da internet.
Há dois tipos de AS: trânsito e final. A rede de trânsito transporta os pacotes IP para outras redes, já o AS final só transporta pacotes destinados a endereços na sua rede. As redes se interconectam em Pontos de Troca de Tráfego (PTT) e existem vários deles pelo Brasil.
No Brasil para se operar um AS é preciso comprovar duas condições:
(1) necessidade de uma rede com cerca de 4000 IPs (um /20) e
(2) interligação com pelo menos duas redes (“multihoming”)
Isso impõe um filtro a quem pode pedir um AS, mas em compensação a empresa passa a usar seus próprios endereços e com isso passa a ser independente dos seus provedores de serviços. Essa é uma das vantagens importantes de se operar um AS. A decisão de como rotear seu tráfego passa para a empresa.
Normalmente se decide por onde escoar o tráfego em função de dois critérios: preço (R$/Mb) e qualidade (para certas redes, o caminho mais curto é sair pelo provedor 1 e não pelo 2 que tem preço mais baixo). Já se pode imaginar como isso pode reduzir o custo com compra de banda.
Além disso, uma outra vantagem importante é que a empresa passa a ter redundância: no caso de queda do link com um provedor, todo o tráfego passa a escoar pelo outro link. Por esse motivo é necessário estar conectado a pelo menos duas redes para se obter o ASN e a faixa de endereços IP.
Um roteador com capacidade para executar BGP estabelece uma conexão permanente com seus pares (ou”peers”), roteadores com quem troca rotas. O processo de conexão ao outro roteador é chamado de “peering”.
Em cada peering, o roteador pode trocar a tabela de roteamento completo (” full routing“) da internet (hoje são cerca de 230 mil prefixos em ip v4) ou pode receber apenas os anúncios de seu interesse (“partial routing“). Quanto maior a tabela de rotas BGP, mais liberdade de escolha, mas também maior será a necessidade de memória no roteador.
Obs: O BGP-4 é cobrado na prova de certificação da Cisco CCNP ROUTE disponível para Alunos Premium.
Fonte: Fernando C Barbi: http://www.bgp4.com.br
Tenha acesso a todos os nossos materiais de estudo, cursos, technotes, biblioteca virtual e grupo secreto no Facebook. Seja Premium!
Aprenda as tecnologias mais procuradas no mercado de trabalho e prepare-se para as principais certificações de infra de TI do mercado.
Clique aqui para acessar nossa área de membros premium!
Não é membro premium? Clique aqui e saiba mais sobre a DlteC Premium.