No presente artigo você vai aprender um pouco sobre a administração de Hardware com foco na certificação Linux LPI.
Vamos mostrar mais especificamente os comandos envolvidos na administração de DRIVES DE DISCOS RÍGIDOS (HDD) que são cobrados na primeira prova da certificação Linux LPI.
Para a efetiva administração de sistemas, é necessário o conhecimento integral sobre os componentes de hardware do computador, como canais de comunicação, dispositivos PCI, processadores e seus núcleos, dispositivos de armazenamento em massa, etc.
Os computadores existem para satisfazer as nossas necessidades e para isso, vários componentes trabalham coletivamente.
Alguns destes são essenciais para o pleno funcionamento da máquina, como o processador, a memória, discos, monitor e teclado. Já outros dispositivos podem ser posteriormente adicionados, como o mouse, placa de rede externa, etc.
Para tornarem-se úteis, os dispositivos precisam de um importante elemento lógico: o Sistema Operacional.
É este o grande responsável por interagir e controlar o hardware.
É nesse contexto que surge o Linux – mais precisamente o seu kernel. Enquanto o hardware oferece os recursos computacionais básicos para o sistema, as aplicações definem formas para se utilizar esses recursos de forma a solucionar os nossos problemas.
Todos os dispositivos são tratados como arquivos para o Linux, aliás, essa característica de “Everything is a file” (Tudo é um arquivo) é, na verdade, herdada do universo UNIX – ou seja, documentos, diretórios, discos-rígidos, teclados, etc… , são todos tratados como sequências de bytes.
Todos eles encontram-se armazenados no “diretório /dev“.
É importante você lembrar de um pacote em especial quando falamos de hardware, pois ele é responsável por verificar todos os dispositivos de hardware conectados à máquina: hwinfo, desenvolvido pela OpenSUSE.
Veja a seguir um exemplo da saída deste comando, especificando alguns detalhes sobre o mouse do computador.
Dispositivos de armazenamento em massa para a certificação Linux LPI
Os computadores pessoais trabalham com diversos dispositivos de armazenamento em massa, tais como:
- Dispositivos HDD (Hard Disk Drives)
- SDD (Solid-State Drivers)
- USB flash drive (Pendrive) removíveis
- ODDs (Optical Disk Drivers)
O Linux detecta automaticamente o tipo e a geometria desses dispositivos na hora do boot ou de forma dinâmica (em tempo de execução).
DRIVES DE DISCOS RÍGIDOS (HDD)
O drive HDD é usado há muitos anos para o armazenamento de grandes quantidades de dados.
Fisicamente, podem ser conectados aos computadores usando diversas interfaces, tais como IDE, SATA, SAS e USB.
A interface IDE (Integrated Drive Electronics) chegou ao mercado em 1986.
Como inicialmente não possuía um padrão bem definido, em 1990 o ANSI (American National Standards Institute) o ratificou, dando origem ao padrão ATA (Advanced Technology Attachment).
Mas, como o nome IDE já estava bem difundido no meio técnico, as nomenclaturas se dividiram: uns continuaram a chamar de IDE, outros de IDE/ATA e o restante de ATA.
Com o surgimento do padrão SATA, esta interface ficou também conhecida como PATA. Cada canal IDE suporta no máximo dois dispositivos (master/slave).
Os discos IDE são reconhecidos pelo Linux da seguinte forma:
- Canal Primário – configurado como Master /dev/hda
- Canal primário – configurado como slave /dev/hdb
- Canal secundário – configurado como Master /dev/hdc
- Canal secundário – configurado como slave /dev/hdd
Se um disco é particionado, cada uma de suas partições é reconhecida da seguinte forma: /dev/hda1 (primeira partição), /dev/hda2 (segunda partição), etc.
O padrão SATA, também conhecido como Serial ATA, é uma interface bastante popular (sucessora do PATA). Surgido em 2000, o padrão realiza transferências de dados em série (ao contrário do esquema paralelo, utilizado por seu predecessor).
A nomenclatura utilizada para os discos SATA (como também SCSI, SAS, USB, SDD) é utilizada da seguinte foma: sda (disco 1), sdb (disco 2), etc. Se o disco é particionado, segue a mesma lógica dos IDEs: sda1 (primeira partição), sda2 (segunda partição), etc.
Com os disquetes, o Linux os reconhece como /dev/fd0, /dev/fd1, etc.
A tecnologia SAS (Serial Attached SCSI) é o substituto do padrão conhecido como Parallel SCSI (Parallel Small Computer System Interface), padrão este que perdeu mercado quando o SATA foi lançado.
Além de manter compatibilidade com o SATA (versão 2 e posteriores) e oferecer o mesmo conjunto de comandos que o SCSI, o SAS oferece uma solução muito mais flexível e mais rápida (muito utilizada em servidores de alto desempenho).
O USB (Universal Serial Bus) tornou-se o padrão industrial para a conexão de dispositivos externos (como um disco rígido) ao computador. O padrão, desde sua origem, possui como objetivo a conexão de diferentes tipos de dispositivos a uma interface universal.
Entre tais dispositivos, incluem os discos de armazenamento em massa, teclados, mouses, impressoras, etc.
No Linux, utilizamos os comandos # fdisk -l ou $ lsblk para visualizar a lista de dispositivos de armazenamento em massa disponíveis ao sistema. Veja na figura abaixo a saída do primeiro comando:
Na figura anterior são apresentadas diversas informações essenciais, como os nomes dos discos (/dev/sda e /dev/sdb), tamanhos de cada um, particionamentos (e, dentre as partições, qual é aquela que contém o boot do sistema), etc.
Veja também a saída do comando $ lsblk. Aliás, vamos destacar que o lsblk utiliza informações do pseudo-sistema de arquivos /sys. Veja a saída do comando na figura a seguir:
A saída nos mostra os dispositivos (sda para o disco rígido e sr0 para o disco óptico), partições (sda1, sda2, sda5, sda6), espaços ocupados, seus tipos (part, rom, disk), além dos seus pontos de montagem na última coluna.
Dica para Administração do Sistema
Quando falamos em pseudo sistema de arquivos estamos querendo dizer que esse sistema não possui arquivos “de fato” – eles são criados com a execução corrente do sistema (a informação não persiste após a reinicialização).
O sysfs, montado geralmente no diretório /sys, por exemplo, gera arquivos e diretórios que representam os dispositivos físicos conectados à máquina. Já estudaremos sobre ele.
Pena, mas chegamos ao final de mais um artigo em nosso blog e esperamos que realmente tenha sido útil… tenha agregado valor aos seus conhecimentos!
Mais uma vez agradecemos pela visita, pedimos o seu compartilhamento nas redes sociais e até uma próxima!