A Cisco anunciou estar trabalhando em uma plataforma para a Internet das Coisas, para permitir aos clientes de vários setores econômicos implantar e gerir redes de comunicação máquina-a-máquina (M2M).
No evento Cisco Live, em Londres, Robert Soderbery, vice-presidente sênior e gestor geral do grupo de redes empresariais, mostrou um leque de produtos que, segundo ele, estão prontos para a Internet das Coisas. Os equipamentos incluíram pontos de acesso WiFi reforçados, como o Aironet 1550 Series, o router Series 2000 Grid, e switches industriais, como a série 3000 IE. Além disso foram apresentados pequenos dispositivos para os setores automotivo e militar.
No entanto, Soderbery ressalvou que o fabricante não deverá revelar a sua visão completa para a Internet das Coisas até 2014, porque os planos da companhia vão muito além dos equipamentos apresentados. “Nossa perspectiva é entregar uma plataforma de Internet das Coisas capaz de permitir a implantação de aplicações e a gestão dessas aplicações e disponibilizá-las para a comunidade de desenvolvedores“, disse.
Os equipamentos demonstrados hoje foram desenvolvidos no Cisco Labs. Envolvem a plataforma Jabber , de comunicações unificadas, que combina mensagens instantâneas, voz, vídeo e compartilhamento de desktop.
O gestor da Cisco, Sean Curtis, mostrou como os sensores na rede podem ser usados para fornecer informação de presença sobre os usuários do sistema Jabber. Por exemplo, quando o usuário entra no seu escritório, os detectores de movimento instalados na porta desencadeariam um alteração do estado do usuário na plataforma de comunicação.
Usando o GPS no smartphone do usuário, o Jabber é capaz de controlar se o indivíduo permanece no escritório ou vai a outro lugar. Se uma segunda pessoa entrar no escritório e fechar a porta – sinal de que estará realizando uma reunião privada – o estado do usuário no Jabber muda automaticamente para “ocupado”.
A caminho da casa do empregado, no carro, o acelerômetro no smartphone desse usuário pode ser usado para indicar se ele tem disponibilidade para conversar. No caso de o dispositivo estar virado para cima no banco do passageiro, o estado no Jabber indicará disponibilidade. Mas se a face estiver para baixo, será sinalizada indisponibilidade.
O Jabber procurará também fornecer sugestões sobre a melhor forma de contactar o usuário – por email, telefone, SMS entre outras –, com base na sua atividade em tempo real. “Os sensores na rede vão fornecer informações, mas é o que vamos fazer com ela que realmente pode melhorar a experiência de utilização e mudar os processos de negócio – a Internet da Coisas é sobre isso”, disse Curtis.
A vantagem de trabalhar com uma norma aberta como o IP é ter acesso a uma matriz comum, tornando mais fácil às empresas associarem-se, considera a Cisco. Por exemplo, a companhia já está trabalhando com a Schneider Electric para desenvolver aplicações de Internet das Coisas envolvendo a gestão de energia em edifícios.
No entanto, a Cisco considera ser necessário uma adoção maior do IPv6 dentro das organizações, para liberar mais espaço de endereço IP e os fabricantes consigam assim perceber melhor as oportunidades proporcionadas pela Internet das Coisas em uma escala macro.
Fonte: CIO